Dividida!

A saudade é uma coisa chata. A palavra é bonita, mas quando bate, bate forte e nem sempre a coisa pode ser vista com tamanha beleza. Hoje vivo a vida com uma saudade constante. Não pensei que este sentimento chegasse tão depressa, mas com a mudança de vida de Braga para a capital, dou por mim dividida. Por um lado, sinto imensas saudades da família e amigos que por lá ficaram. Saudades do cão, saudades da casa dos pais, saudades das ruas que sempre conheci e por onde andei. Saudades da minha independência, de pegar no carro e ir onde quisesse, porque tudo me era familiar e sabia para onde e por onde me dirigia. Por outro, sempre que agora regresso ao norte, dou por mim com saudades da minha vida de cá. Saudades da minha casinha, das minhas coisas, da minha rotina. É como se agora passasse a ter dois lares, mas só poder viver num de cada vez. Acabamos sempre por ter saudades do outro. Se calhar isto até é uma coisa boa. Tenho coisas boas a dobrar. Só gostava é que a distância encurtasse, para poder saltitar com mais frequência. Saber-me ia tão bem!